Pandora, a joia mais querida de todos
Conheci-a num dia de verão na casa da minha irmã e mal me viu mijou-se toda de medo. A minha irmã e o meu cunhado tinham acabado de adotar a Pandora. Ela queria tanto uma pandora (pulseira) que o meu cunhado resolveu oferecer-lhe uma patuda de quatro patas.
Com apenas três meses de vida, preta, tão magrinha que até os ossos pareciam sair da pele, aquele ser vivo já tinha uma história de vida para contar. Tinha sido abandonada, juntamente com os irmãos, da janela de um carro em movimento. No canil foi fácil ser escolhida: irrequieta, aos saltos, destacava-se dos restantes como a dizer “escolham-me a mim, escolham-me a mim”.
Tal como eles, também eu me derreti assim que a vi. Tão frágil, com um olhar meigo, ainda meio amedrontada sem saber qual seria a sua sorte. Em poucos dias percebeu que tinha sido acolhida numa família com muito amor!
A Pandora tornou-se o elemento mais novo da família e o centro das atenções. Já ninguém consegue viver sem ela. Até mesmo o meu pai, que era o maior opositor em ter animais em casa, se derrete a brincar com ela ou a dar-lhe “sebas” (nome típico usado cá em casa para designar petisco, guloseima) sempre que ouve a palavra mágica “toma”. A Pandora, assim que dá conta dele na cozinha, já sabe qual o lugar cativo à espera da dita “seba”. E sabe posicionar-se estrategicamente debaixo da mesa durante as refeições porque sabe que lhe calha sempre qualquer coisa. A minha mãe acha que a cadela se alimenta como um humano e como nunca recusa comida significa que está sempre cheia de fome, coitadinha! Por mais que lhes expliquemos que há uma dose máxima por dia que não deve ser ultrapassada, ela acha que queremos que a cadela passe fome! A minha avó usa a cadela como aquecedor para os pés, pedindo-lhe que se sente em cima deles, ou como cúmplice, desviando a comida que não quer para debaixo da mesa.
Lembro-me quando lhe comprei a caminha nova e a forma como agradeceu e a mostrou à minha irmã quando chegou a casa. Foi recebê-la à porta, como sempre, e correu para a cama, sentando-se na pontinha como a dizer “olha aqui o que eu recebi”. Vários investigadores dizem que a relação entre cães e humanos também é regida pela ocitocina, hormona responsável pelas relações afetivas e pelo prazer. Tudo começa com a força do olhar: os cães e os donos fortalecem os laços emocionais quando se olham, porque os níveis de oxitocina no sangue aumentam. É assim que funciona o amor e eu acredito nisso. Todos queremos que ela seja feliz e saudável. Todos queremos o seu bem-estar. E ela corresponde com carinho, proteção, brincadeiras, lambidelas e muitas peripécias!
Foi por isso que criei uma página de instagram para contar algumas das trapalhadas e para eternizar de alguma forma a Pandora e o amor que todos em casa temos por ela.
São muitos os episódios engraçados com a Pandora como protagonista. Prometo ir relatando aqui alguns deles. Entretanto, vão seguindo a vida agitada da cadela mais estilosa do instagram em www.instagram.com/pandora_thepuppy