A minha vida é um carnaval
Se tivesse de dar um título à minha vida acho que este seria perfeito. Não porque é sempre uma folia, sou igual a toda a gente com momentos bons e outros menos bons, mas porque tento sempre irradiar alegria e boa disposição a todos os que me rodeiam, seja com piadas, com palavras motivadoras, com danças e canções inventadas (sim, às vezes dá-me para isto) ou com gargalhadas estridentes que se ouvem em todo o piso do local de trabalho. Tenho um volume de voz tão alto em relação às pessoas normais que a minha colega tem de fazer o gesto de como quem coloca o volume mais baixo num rádio analógico. Adoro umas lantejoilas, uns brilhantes aqui e ali, e umas plumas nunca fizeram mal a ninguém.
Mas o que adoro mesmo é o carnaval! Conheço muito pouca gente como eu. A grande maioria das pessoas que eu conheço detesta esta época e não acha piada nenhuma às máscaras, às caracterizações…juro que não entendo. Eu nasci no dia de carnaval. Já explica muita coisa… e sempre adorei mascarar-me. Acho que a seguir ao Natal é a época do ano que mais gosto desde sempre.
As minhas fantasias sempre foram handmade pela minha mãe. Lembro-me de me vestir de dama antiga com um xaile bordeaux de veludo, de velha com roupas da minha avó, de pastora com roupas parecidas com as do rancho e um peluche de ovelha debaixo do braço. A minha preferida foi a vez em que fui de jornalista com uma mini saia com franjas e camisola a condizer (nunca entendi a ligação que a minha mãe fez) e um microfone do rádio gravador lá de casa. Foi maravilhoso brincar aos repórteres a relatar tudo o que se passava no recreio da escola e apresentar programas de entretenimento que normalmente eram desfiles de moda em que as modelos desciam em grande pose da casa de banho das meninas.
Hoje mascaro a minha Pandora. Mas não pensem que isto não tem todo um contexto, uma história por trás da escolha do outfit. No ano passado o tema escolhido foi “a assombração do moinho abandonado”. Reciclei uma antiga fantasia e transformei-a num fato de diaba composto por uma capa vermelha e uma bandolete com chifres vermelhos… é a historia de uma assombração que aterroriza o moinho de água que por causa disso ficou abandonado. Em todas as luas cheias há relatos de ouvirem a assombração a uivar por lá….
Este ano foi a “bailarina do sótão”. Conta a história de uma bailarina que vivia presa numa caixinha de música num sótão e que tinha o sonho de um dia poder dançar na rua…esse dia chegou e foi mágico! A bailarina conseguiu finalmente libertar-se e dançar ao som da melodia do vento!
Ainda não pensei no próximo ano, mas assim de repente estou a lembrar-me de títulos como: “a devoradora de ursos de peluche”, “a boneca assassina”, “a aspiradora de comida” …bom…há todo um mundo para explorar até lá.
Bom, mas voltando ao tema inicial, sobre o titulo da minha vida, nunca tinha pensado nisso até há pouco tempo. E tenho a certeza que em breve vou descobrir porquê!