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Diário de uma Alquimista

blog pessoal de andreia gonçalves

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18 de Outubro, 2020

Uma aventura: na casa abandonada...

Andreia Gonçalves

Tenho uma pancada por casas velhas. Já tinha revelado esse meu lado neste post. Gosto de memórias, de contar histórias ou de as imaginar, de recuperar a alma a coisas que parecem ter perdido o seu uso. Fico doida de felicidade quando entro num espaço antigo, abandonado porque sei que vou encontrar pequenos tesouros. Se calhar, li demasiados livros da coleção “Uma aventura”!

Tenho um olhar “clínico” sobre causas perdidas, especializado em encontrar vida em objetos inanimados. Começo por observar, ausculto para ouvir o que dizem, avalio o estrago e traço o diagnóstico: tem ou não solução. E penso logo na cura provável – se necessita de ferragens, pinturas, carpintaria… dependendo do estado de gravidade, apresento-lhe o seu destino final!

Uma talha que virou floreira, uma mesa de cozinha que é aparador da entrada, mala de cartão antiga passou a expositor de sabão, assim como algumas peneira e joeiras, garrafas ou jarros que são agora candeeiros…só para dar alguns exemplos. Tudo tem o seu novo uso cá em casa. E acaba por ser uma forma de sustentabilidade ambiental, pois reutilizo tudo o que recupero.

Restaurar coisas antigas é um dos meus passatempos favoritos e divirto-me tanto a pensar para que determinado objeto servia ou o modo como se fazia antigamente, comparando com o agora, como o novo uso que lhe vou dar ou a cor que vou usar. Por exemplo, quantos de vós já viram ou usaram um ferro de engomar aquecido por brasas da lareira? (sim, leram bem, brasas acesas da lareira). E a roupa ficava ali sem uma ruga sequer! Prometo mostrar essa alta tecnologia noutro post!

Esta era a caixa de ferramentas do meu avô, que infelizmente não cheguei a conhecer. Foi emigrante em França nos anos 60, assim como tantas centenas de portugueses. Era a sua caixa de ferramentas de pedreiro.

        

Encontrei-a há uns anos na aloje da minha avó cheia de ferramentas antigas e à espera de ir para o lixo. Como assim? Pensei eu. Esta caixa é tão jeitosa, ainda não sabia bem para quê. Deitei fora as ferramentas, que já eram impossíveis recuperar, e trouxe a caixa. Lavei-a bem para tirar o pó, lixei e pintei. Encontrei umas dobradiças novas idênticas às originais e mantive a fechadura. Só falta comprar uma pega que sirva. Lembrei-me, então, que iria ficar bem na decoração campestre do meu casamento para colocar os cones com as pétalas no jardim (desculpem não ter uma foto mais bonita, mas foi o que consegui tirar no dia anterior).

Depois de pronta a minha avó nem reconheceu a caixa! E mesmo não ter conhecido o meu avô, ele esteve presente no dia do meu casamento! Foi uma bela estreia. Mas agora a caixa irá ter outro destino. Alguma sugestão?

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